Friday, May 19, 2006

Please visit our Latin News Portal in Singapore:

www.latino-connections.com

Event organized by Brazilian Connections, with the support of the Embassy of Brazil and PETROBRAS

Behind the scenes of a carnival...
By Dania Roberta Acevedo
From left: D.Mahendran, propietor of Carnaval Bar, Dania Roberta Acevedo, Director of Connections Group and Heloisa&Mario Montuori.

Before the much expected arrival of the guests, excitement filled the air. It is like a group of actors waiting backstage to enter a scene. The staff of the host bar which basically comprised local employees, saw in this event a crucial test of wit as they were to come face to face with an authentic Brazilian crowd.
Antes dos convidados chegarem pairava no ar muita expectativa. Algo que se pode comparar a um grupo de artistas que, no camarim, se prepara para entrar em cena. A equipe do bar anfitrião, constituída basicamente de funcionários locais, via nesse evento sua prova de fogo.


The journey to the day of reckoning was one loaded with mixed feelings. The beginning was a touch of the 'tail-of-eye', watching a foreigner boss around the familiar grounds of the local staff. The feelings were a combination of curiosity and pure fascination. The fascination was more for what I represented and had to convey to them for their understanding what the word 'Carnaval' inspires: joy, cadence, zest for life; including 'musicality', refined palate for good food whose typical fragrances were filling up the air from the improvised kitchen that was set up for the night.
Inicialmente, me olhavam de soslaio, o que fazia com que eu me sentisse uma forasteira; alguém que para eles inspirava uma mescla de reserva, curiosidade e fascínio. Fascínio, não tanto pelo meu charme - que nessa noite brilhava por sua ausência - mas sim pelo que eu representava naquele momento: uma brasileira que, numa noite, teria que transmitir-lhes tudo o que o nome do bar "Carnaval" sugere: alegria, ginga, gosto pelas boas coisas da vida, musicalidade e paladar apurado para a comida que, da cozinha improvisada, já invadia o ambiente com aromas típicos de nossa terra.




A well-hidden, but frequently visited feature was Maria. She is a fellow Brazilian comrade who arrived on this faraway island 12 years ago. She was intimidated by the prospect of her debut. Now I can admit publicly that it was truly her first time . . . preparing finger foods, just to set the record straight.Every first time has its share of surprises and we were all assaulted by a huge one. The 'Coxinhas' (Brazilian finger food) previously frozen were promised to be the stars of the night; suddenly, when in contact with the oil, they literally crumbled. The delicacy lost its voluptuous appeal and crumbled into porridge. Pandemonium!

Um pouquinho escondida, estava a Maria. Uma compatriota nordestina, que chegou a essas terras longínqüas há 12 anos. Notava-se que estava ainda dominada pelo medo da estréia . Agora posso confessar publicamente que era a sua primeira vez, fazendo salgadinhos, é claro ! E como toda primeira vez sempre traz surpresas, fomos todos assaltados por uma das grandes : as coxinhas que, quando congeladas, prometiam ser as estrelas da noite, depois de colocadas no azeite, começaram literalmente a se desmantelar. Pânico geral !...

I called Andrea immediately,a dear member of our group and our First Lady in Singapore, the Ambassador's wife. "Andrea, please, bring all the Brazilian finger foods," I requested. Already delayed in attending another official function, Andrea arrived in a hurry with our Ambassador bringing the bags of 'Empadinhas' and other delightful foods, in response to a premonition she had the previous night. Soon we realized that it was a 'false alarm' as Maria's 'Coxinhas' had recovered their dignity when being placed duly in hot oil, as they should have been.It was a lost opportunity to prove the culinary talent of Andrea but it was a privilege to count on our worthy official representatives and friends as participants in our event. Looking back, some may have thought it as a fantastic PR strategic move.

Foi nesse momento que apelei para a Andréa, pessoa querida de nosso grupo e também a nossa “primeira dama” em Cingapura, ou seja, a esposa do senhor Embaixador do Brasil. "Andréa, pelo amor de Deus, traga todos os seus salgadinhos!". Já atrasada para comparecer a outro compromisso, chegou às pressas com nosso Embaixador, trazendo empadinhas e outras delícias que, por pura intuição, havia preparado na noite anterior.Graças a Deus foi um falso o alarme ! As coxinhas da Maria já haviam recuperado sua dignidade ao serem colocadas, devidamente, em óleo bem quente.

And the night had just begun... Serenaded by the best of Brazilian music, the signature of good taste and sensitivity of another facilitator, Elegie Santini; and as backdrop - the images of our "Sambodromo" (famous Brazilian parade) which captured the attention of the enraptured staff. On a personal touch, I played Hostess at the door receiving guests who were, until that point, just anonymous names signed in an email confirmation message. The e-mail response was overwhelming and it was regrettable that we could not accommodate all during that evening.

E assim começou a noite... ao som da melhor seleção de MPB, com a assinatura e sensibilidade da Élégie Santini, e com as imagens do nosso sambódromo no telão que, sem dúvida, traziam nostalgia aos convidados e captavam a atenção de um extasiado staff.Para dar aquele toque pessoal, estive na porta recebendo os convidados que eram, até então, apenas nomes assinados em e-mails de confirmação. E-mails que, nos últimos dias, começaram a se multiplicar, assim como as ligações telefônicas, solicitando lugares que escasseavam.


The evening was a revelation to me as I understood that our community needed to be together in their own familiar environment besides coexisting with Singapore. My mind is now coloured with the photographs depicting the joy of our people at the Carnaval Bar which became our corner, our home for that night.After the surprising drama, everything started falling into place to the organizers' delight. A brief and heartfelt improvised speech by our Ambassador, a lucky draw, t-shirts kindly offered by Petrobras, invitations were announced to the popular 'Café Morning' of Deise Cavalheiro and a thumping performance by talented local percussionists and singers – lovers of the Brazilian culture. The crowd lost itself in the serenades of the samba, the lambada and other tropical rhythms that kept them on their feet throughout the night.

Foi uma constatação reveladora sentir que a comunidade brasileira está carente de convívio em Cingapura. Ficaram registrados em minha mente e nas fotografias, os semblantes alegres da nossa gente que, nessa noite, fez do "Bar Carnaval " do Chijmes, um cantinho brasileiro, a sua casa.E rolou de tudo : discurso improvisado do nosso Embaixador, rifa, convites para os cafés na casa da Deise, show de batucada, performance de dançarinas e até banda ao vivo que arranhou a nossa Aquarela do Brasil. O pessoal caiu no samba, dançou forró, lambada e outros ritmos até altas horas.

At the end of the night, everyone left satisfied with the lingering flavour of Maria's now famous delicatessen and the sweetness of our 'Caipirinhas'. Long lasting in our hearts and minds were the fondly missed flavours of Brazil and the bright colours of the yellow and green that have etched themselves into the retinas of our participants, colours that are more intense and brighter when we are this far.

This was the heat of the Brazilians when they are together. This is the flavour of the Carnaval.

See you at the next one !!!

Na boca ficou o tempero dos salgadinhos, da agora famosa Maria, a doçura das batidas e caipirinhas feitas no capricho. Na retina, ficaram as côres verde e amarelo que parecem mais vibrantes quando se está longe. Ficou o calor de nossa gente junta... Ficou o gostinho do nosso Brasil ... Ficou o sabor do Carnaval ...

Até a próxima !!!

Saturday, May 13, 2006

Event under the organization of Dania Roberta Acevedo, as President of SSWA in 2004


Carnaval... MMMM

Por Claudia Ramirez

Era por volta das seis e media da tarde e algumas do comitê organizador estávamos reunidas numa suite do Hotel Grand Copthorne para finalizar os últimos detalhes, enquanto Patricia Davis (Relações Públicas por profissão e maquiadora por devoção) dava uma "manita de gato", expressão que usa frequentemente em espanhol ao refeferir-se aos retoques finais da maquiagem.


Antes de subir ao quarto, havíamos passado pelo Ballroom e ficamos extasiadas ao ver a decoração. Uns belíssimos olhos, como backdrop, emolduravam de lado a lado todo o cenário, juntamente com o manequins. As mesas cheias de confetes e apitos alegravam o ambiente. O DJ já estava fazendo a prova de som e o samba já ressoava no salão ainda vazio. Já cheirava a carnaval.


Chela Gillot, como boa tesoureira, foi a mais pontual e estava já na recepção com a Betsy Velazquez e Elena Vamvaquitis, que gentilmente decidiram colaborar. Dania Acevedo estaria recebendo os convidados, em sua posição de Presidente, já que pensamos que seria melhor que ela pudesse se relacionar com os convidados e estar relaxada para o seu discurso de abertura.Élégie Santini, bom, a ela não havíamos visto muito nestes últimos dias. Ela foi a responsável de toda nossa festa de Carnaval.


Ela, Solange Antunes e Marisa Havener foram os pilares da equipe deste evento. Aí estávamos todas, um pouco nervosas, conferindo os detalhes da música e decoração.



Alejandra Grobet e eu (Claudia Ramirez) estávamos repassando o script para ser as mestres de cerimônia. Sabíamos que ia ser divertido. As sete em ponto, quando descemos, já alguns convidados também haviam começado a chegar.


Desde o principio se sentia um bom ambiente. Todo o mundo parecia vir mentalizado a se divertir. A viver um verdadeiro Carnaval.
A maioria das quase 300 pessoas que assistiram esta noite, vieram fantasiadas. Os poucos que não, compraram mascaras, colares e plumas coloridas que estávamos vendendo na entrada. A porta do Ballroom continua fechada. Olga e Sandra Perez fizeram "América" vendendo os números para as rifas. A tensão se começava a sentir. Havia muita gente no Hall. Alguns já começavam a perguntar por que no abriam as portas. Finalmente, as oito, se deu sinal verde para dar acesso dos convidados ao salão.


Todo estaria bem, porque a maioria já sabia que numero de mesa tinha designado. Até o momento tudo saia conforme o planejado.O salão estava a meia luz e o tênue ambiente estava sensualmente contrastado por as vibrantes imagens do Carnaval do Brasil que começavam a ser transmitidos no telão na parte direita do salão. As passistas deixavam sem fala e respiração todos os que entravam. Eles pela emoção, elas pela inveja.

Foi uma entrada rápida e sem muitos problemas. Quando me dei conta Dania e Élégie já estavam no palco fazendo os cumprimentos iniciais e pedindo um momento de silencio pelas vitimas dos recentes atentados de Espanha. As recordo reluzentes. Dania com seu traje flamenco e Élégie com o de arlequim. Falaram brevemente do Carnaval do Brasil, da historia e do porque era importante integrar a comunidade brasileira com a comunidade de idioma espanhol. Os assistentes aplaudiram. Em suas caras já se via felicidade, aprovação. O espírito de alegria havia se incorporado a cena. Inclusive as cores do salão já eram diferentes. Que viva o Carnaval !!! foi o ultimo que escutei antes que a musica começou a soar.
Na parte de traz do salão, os 14 rapazes da batucada WickAura terminavam de afinar seus tambores e esperavam o momento do seu espetáculo. Estavam nervosos porque sendo asiáticos tocando musica típica do Brasil, este evento ia ser um termômetro para eles. Era sua primeira prova com brasileiros de verdade.
Até agora os convidados não sabiam o que ia acontecer. De repente, buummm, subiram no palco e começaram a tocar como deuses. Todo o público olhava paralizado, contentes, muitos começaram a mover-se no próprio lugar, mas ninguém se atrevia a iniciar o baile. Muito cedo para dançar com tão pouco álcool correndo pelas veias. Quando terminaram o DJ colocou samba. Cinco segundos mais tarde, a pista parecia uma loja de Orchard Road com descontos de 50% em pleno domingo. Gente de todo tamanho, cheiro e cor moviam seus corpos cadênciosa e rapidamente. Isso sim foi exercício.
A festa seguiu em frente entre dança, musica e celebração. As pessoas se socializavam, alguns riam, outros falavam. Houve rifas e concursos de fantasias. Depois, batucada outra vez. E que vez! O salão arrebentava. Todos embevecidos pela musica, pelo vinho que já começava a fazer das suas. Era cerca de meia noite e já era tempo para o espetáculo central. Outro grupo grande subiu ao cenário. Era a Capoeira do Mestre Ousado. Se formaram em meia lua e vi o berimbau e os tambores no meio. Vi corpos bem formados fazendo acrobacias em meio ao baile. Também cantavam. Lutavam corpo-a-corpo de uma forma infinitamente sexy. E uma arte marcial sensual. Nunca o havia pensado deste modo. Mas sim. Tinha que ser como todo o que é brasileiro. Infinitamente sensual.
O espetaculo termino e o ambiente de triunfo se podia respirar. O evento havia sido um sucesso. Agora, as que havíamos estado trabalhando, podíamos desfrutar do que ficava da festa, como festa. Traguinhos de bebida iam e vinham. A "manita de gato" de Patrícia já se estava desvanecendo como na historia da Cinderela depois da meia noite. Mas tinhamos o coração inchado de alegria e a boca tinha gosto de êxito. "Que bonito carnaval !" ... " Que bom evento ! " "Garotas, vocês arrazaram! "
Estas e outras que a tequila não me deixam recordar foram as palavras com que muitos se despediram aquela noite. Minha primeira noite de um verdadeiro carnaval brasileiro.
Artigo extraido da edição no. 2 (Marzo-Abril 2004)
REVISTA NOSOTRAS (Spanish Speaking Women´s Association)